Blogging myths with Maria Guedes
On this previous post, I mentioned that one of the best things of this freelancer life is the variety of interesting people you meet. From the ones with the wildest ideas to the ones more business oriented, it has been wonderful to meet them. And Maria Guedes was clearly one of the good surprises of 2016, when I think about the people I’ve met.
Most people know her as a blogger, but she’s so much more than that… she’s a mother, a wife, a creative, a communicator, a writer, a visual enthusiast… and I could go on, but to keep it short and for those of you who love to label people, I would call her an entrepreneur!
Being the curious guy that I am, with tons of questions popping in my mind and being aware of the importance that blogs and social media have in this digital age we live in, I wanted to know more of Maria’s background and how she got to where she is now. So here are some interesting facts:
She has always been obsessed about fashion. Since a very young age, Maria used to spend most of her time drawing and doing illustrations of dolls and clothes.
Back then, everyone (including herself), thought that one day, she would become a designer.
Fast forward to a few years later, Maria ended up graduating in Marketing and Advertising, after which she worked as an account and project manager on a few agencies. After a certain time, she grew tired of all the limitations imposed by the agencies and the market itself and she decided to risk it all and go back to the fashion world. Alone and without any connections, she went to New York to study at Parsons, one of the most prestigious fashion schools in the world. From this period and of all the things she learned living there, Maria highlighted a specific experience she had, when she did an internship with a designer, where she worked night and day during the Summer, to prepare the runway show at New York’s fashion week. Despite all the enormous pressure and crazy hours spent on preparing the collection for the show, being able to see part of her work on the runway, made her feel like a kid in Disneyland.
Nevertheless, after the course at Parsons, she felt she hadn’t found her thing yet and returned to Portugal. Upon her return, Maria started drawing and making wedding dresses and then started writing styling tips for her clients, who kept asking for advices about what to wear. Maria then realised she already had enough material to write a book! The only thing missing were the illustrations, but considering her background, that was not an issue and that’s how her book “Tanta roupa e nada para vestir” happened.
Considering the book’s success and as a way of continuing it, but on a more dynamic and interactive form, Maria started her blog - STYLISTA. Since 2009 and until now, she’s been producing fashion and lifestyle content on a regular and consistent basis.
Knowing of this background, I thought that Maria would be the right person to demystify some of the wrong ideas that many people have about blogs and bloggers.
Bellow are some of the most frequent misconceptions I've heard and read, which I asked Maria to comment:
“You can write a post in 5 minutes.”
Maria: [laughs] no, never. Unless it’s one of those posts where you’re just adding some subtitles to an image. Maybe because I’m not a journalist or because I don’t have their training, I need more time. I don’t want to use all those clichés and I want to make sure I'm writing my own thoughts. Even if it’s just three lines… there’s still a lot of work in it. You need to be careful not to offend anyone, you need to be extra careful when you’re writing about a subject/theme which you’re not an expert on. I’m also very careful not to use too many foreign words or fancy ones… I try my best to write in a way that most people can understand and relate to.
“You have to write every day."
Maria: That doesn’t bother me. Nor the fact that you need to have new ideas on a daily basis. Because I have them! I just wished I could have more time to focus on my writing.
“I’ll create a blog and make a living out of it."
Maria: I started mine in the most innocent way. At the time, no one even imagined that blogs would become a business one day. Nowadays, who thinks like that, may get disappointed. Blogs don’t live just on ads and content, but also on related businesses, collaborations and brands’ endorsements, so… it’s not that easy as it might look.
“If you don’t get a few thousands of followers after a some months, you might as well quit."
Maria: No, no, no. The only person you need to be worried to please, is yourself. If you’re happy with the work you’re doing and if you really like what you’re publishing… there will always be someone else who can think like you and relate. You’d better have 5 faithful followers, than 5000 who are following just because.
“One of the strategies I use to get followers, is leaving comments on other blogs."
Maria: Yes, I read that too. But no, I don’t do it and the fact that someone leaves a comment on a post I make, doesn’t necessarily make me wanna check them.
“As soon as I get dozens of thousands of followers on Instagram, brands will be interested in working with me."
Maria: No, no. Brands are smart and they’re not after the numbers. They know many of them are bought, others are fake [bots] and they rather go after positioning, engagement or a branding-personality relationship. I admit that there might be brands who are looking after the numbers, but that’s not what leads to sales, nor awareness… anyway, numbers don’t matter that much.
“She’s got lots of followers because she’s pretty."
Maria: [laughs] Take Man Repeller for example. I think it’s all about the character and your personality. Being just a “pretty face” won’t get you far.
Neste post, mencionei que uma das melhores coisas de ser freelancer, é a variedade de pessoas interessantes que se conhece. Desde aquelas com as ideias mais loucas até às mais orientadas para o negócio, tem sido deveras enriquecedora conhecê-las. E a Maria Guedes, foi claramente uma das boas surpresas de 2016, quando penso nas pessoas com quem me cruzei.
A maioria das pessoas conhece-a como blogger, mas ela é muito mais do que isso… mãe, esposa, criativa, comunicadora, escritora, entusiasta visual… e poderia continuar, mas para manter isto curto e para quem adora rótulos, diria que empreendedora é o mais adequado.
Sendo o tipo curioso que sou e com demasiadas questões na minha cabeça e sabendo da importância dos blogs e social media nesta era digital em que vivemos, quis saber mais do percurso da Maria e de como ela chegou até aqui. Seguem-se alguns factos interessantes:
A Maria foi sempre obcecada por moda. Em pequena, passava a maior parte do tempo a desenhar e a fazer ilustrações de bonecas e de roupa, de tal maneira que toda a gente pensava (e ela também), que um dia acabaria por se tornar designer.
Avançando uns anos… a Maria acabou por se licenciar em Marketing e Publicidade, tendo depois trabalhado como account em algumas agências do meio. Ao fim de algum tempo, começou a sentir-se cansada das limitações impostas pelas agências e pelo próprio mercado e decidiu então que era altura de arriscar e voltar ao mundo da moda. Sozinha e sem os chamados "contactos", foi para Nova Iorque para estudar na Parsons, uma das mais prestigiadas escolas de moda do mundo. Deste período e de tudo aquilo que aprendeu vivendo numa cidade como Nova Iorque, a Maria destaca uma experiência em específico, quando estagiou com um designer e trabalhou noite e dia durante um Verão inteiro, para prepararem a colecção a ser apresentada na semana da moda de Nova Iorque. Apesar de toda a pressão e horários loucos com que trabalhou, poder ver parte do seu trabalho a desfilar numa das passadeiras da semana da moda de Nova Iorque, fê-la sentir-se como uma criança da Disneylândia.
No entanto e depois do curso na Parsons, a Maria sentiu que ainda não tinha encontrado o seu lugar e resolveu voltar a Portugal. Após o seu regresso, começou a desenhar vestidos de noivas e começou também a escrever dicas de styling para clientes que a procuravam com dúvidas sobre o que vestir e como. Pouco tempo depois, apercebeu-se que já tinha escrito material suficiente para um livro! Faltavam as ilustrações para acompanhar os textos, mas dado o seu passado, isso não foi problema e, em traços gerais, foi assim que surgiu o seu livro “Tanta roupa e nada para vestir”.
Considerando o sucesso do livro e para lhe dar continuidade, mas de uma forma mais dinâmica e interactiva, decidiu criar então o seu blog - STYLISTA. Desde 2009 e até agora, tem produzido conteúdo regular e consistentemente, sobre moda e lifestyle.
Sabendo deste percurso, achei que a Maria seria a pessoa certa para desmistificar algumas das ideias erradas que muita gente tem sobre blogs e bloggers. Seguem-se alguns dos comentários que tenho lido e ouvido e que pedi à Maria para comentar:
“Um post escreve-se em 5 minutos.”
Maria: [ri-se] não, nunca. A menos que seja um post só para colocar legendas na roupa. Talvez por não ser jornalista ou não ter o treino de uma jornalista, preciso de mais tempo. Para não ser um monte de clichés, evitar usar as mesmas frases de sempre e dar a minha perspectiva, nem que sejam só 3 linhas… dá imenso trabalho. É preciso pensar bem no que se vai escrever, para não ofender ninguém, e é preciso ter cuidados redobrados quando estamos a falar de temas ou áreas que não dominamos. Tenho também cuidado para não abusar dos estrangeirismos ou metáforas difíceis de chegar a toda a gente. Procuro que, aquilo que escrevo, seja interessante e reflicta a minha opinião.
“Tens de escrever todos os dias."
Maria: Isso não me preocupa. Nem isso, nem o facto de ter ideias todos os dias, porque isso é o que me acontece. Todos os dias tenho ideias. Devia era ter mais tempo para me poder dedicar à escrita mesmo.
“Vou abrir um blog e ganhar dinheiro com ele."
Maria: Eu comecei da forma mais inocente possível. Na altura [2009], nem se imaginava que os blogs podiam vir a ser uma forma de negócio. Hoje em dia, quem pensar isso, está um bocadinho enganado, os blogs vivem não só de publicidade e conteúdos, mas também de muitos negócios satélite e colaborações, por isso, não é assim tão fácil quanto possa parecer.
“Se não tiveres uns milhares de seguidores ao final de uns meses, mais vale desistires."
Maria: Não, não, não. A única pessoa a que tens de agradar é a ti! Se estiveres contente com o trabalho que fizeres e a gostar mesmo daquilo que estás a publicar… se isso for assim, há-de haver sempre alguém que pensar como nós e que vai gostar daquilo. E mais vale, 5 pessoas que gostam genuinamente daquilo, do que 5000 que estão ali só por estar.
“Uma das estratégias que uso para ganhar seguidores, é deixar comentários noutros blogs."
Maria: Sim, já li isso. Eu não faço isso e quando me fazem isso, não é por aí que vou ver quem é a pessoa ou segui-la.
“Assim que atingir as dezenas de milhares de seguidores no Instagram, as marcas vão querer trabalhar comigo."
Maria: Não, não… as marcas são inteligentes e não lhes interessam números, até porque elas sabem que há muitos números que são comprados, outros que são robots e as marcas sabendo disso, preferem posicionamento ou engagement ou identificação marca-personalidade, do que números. Admito que existam marcar que ainda não atrás dos números, mas não é isso que gera vendas, nem awareness, enfim… os números não interessam.
“Ela tem imensos seguidores porque é muito gira."
Maria: [ri-se] olha o caso da Man Repeller. Acho que é o caracter, a personalidade é tudo. Não é por ser uma “pretty face” que a pessoa chega lá.