Fashion Editorials: a love-hate affair
Editorials were one of the first things that first draw my attention to fashion photography but, has time went by, I slowly started to realize how things actually worked and that early attraction and fascination, evolved into a kind of love-hate relationship.
Now, let me be clear, I don't consider myself a fashion photography expert. I have a couple years of experience, I love it as an art form, working with all the creative people is usually what makes me passionated about it, but when you are a “John Doe” in this industry, the whole process can be quite complicated. Let me try to explain how I feel about all this:
First things first... what is a fashion editorial?
A fashion photography editorial is a set of photographies about a specific theme or a concept or about a story. The word “fashion” comes into play, because this theme/concept/story usually implies specific clothes or make up or hair or all of them.
As for the word “editorial”, it means that the result of that photoshoot is intended to be published, originally, in magazines or newspapers. But considering that these media forms have been loosing their relevance in recent years, the editorial purpose, nowadays, is also applicable to publishing in websites/online magazines/blogs.
What does it take to make one?
There aren’t exactly any rules on how to make them. If a photographer and a model are skilled and resourceful enough, they can probably put up an editorial by themselves. But usually, an editorial evolves more people, in order to achieve a higher quality work.
Besides a photographer and a model, it’s also good to have a stylist, a producer, a make up artist, an hair stylist, an assistant and a retoucher. Depending on what you’re doing, you may not need that many people, in fact, it’s quite common that each one of these professionals assume more than one role. But, on an ideal scenario, it’s good to have on board, people who are really good on each one of the mentioned areas, instead of people who try to play all instruments. Unless you are a genius, we all know how things end up when you try to cover every role.
Why did I use to make them?
I used to shoot a lot of editorials, because I considered it to be the most creative type of work within this industry. It was the type of work where one had more freedom to create. And you know, I’m all about creating! Also, working with all these different creative people, was very inspiring and uplifting.
I considered it also as one of the best ways to learn, not only about photography, but also about directing models, learning about clothes and some basic beauty tricks. In general, fashion editorial photography, gives you a bit of a wider perspective of the industry.
What discouraged me in editorials?
This may come as surprise to many people, specially if you are not in this “industry”, but one of the things that discouraged me after a few years shooting fashion editorials for magazines (printed and online), was the fact that the vast majority of them, weren't paid.
During the first years I thought that was normal, because I was starting out, learning and so on. But after that… it just didn’t feel right. Maybe my work didn’t have enough quality to be paid for, I’m humble enough to assume that possibility. What I found strange, was that some magazines, still asked to shoot fashion editorials for them. Which makes me wonder… if my work wasn’t that good, why were they inviting me?
The other thing that doesn’t help, is the fact that when you are a “John Doe” in the industry, you have to do a lot by yourself. Unless you have a good budget to hire people, (which is kind of impossible, considering that these editorial assignments were hardly paid, if any at all), the photographer usually has to plan the whole shooting, secure a location, manage the schedules of people who will be evolved, then he also has to shoot and do the retouching. Meaning… a decent editorial, can take several days since its early planning, until sending the final files for publication. This means, that during that time, the photographer is not working for real clients, not searching for new clients, not setting up meetings, not resting, not spending time with the family, etc.
Am I over and done with editorials?
The fact that I recently published one (remember this post about my last editorial?), probably means that no, I’m not done with them. But also, the fact that in 2017, I did only 2 of them… means a lot to, specially if you compare to what I used to do in the previous years.
I will continue to do them, whenever I feel it’s justified and in a way that’s fair to everyone involved.
Some final thoughts…
I don’t want this to sound like a role of complaints post, but I feel people still don’t talk openly about this and more importantly, people don’t seem to be that interested in finding solutions to it. And since I use my blog to share my opinions about so many things and also to try to bring some issues to open discussion, I felt this was the right place to share some of my thoughts on this issue.
I loved this last editorial I did. Having a team working again on one of my ideas, everyone making an effort towards the same goal, felt really empowering. And they were amazing! I felt like I could do a few more in a row, right now!
But experience also teaches us a couple things, one of which is to not get too over excited about one result. My motto remains the same: this is a long marathon, not a sprint run.
I still believe fashion editorials are one of the best ways to explore our creativity and to express our ideas, concepts, visions, but let me emphasise this: it’s ONE of the ways 😉
What about you? Anyone out there having this sort of love-hate relationship with editorials?
Os editoriais foram uma das primeiras coisas que me chamaram a atenção para a fotografia de moda, mas à medida que o tempo foi passando e fui conhecendo mais o meio, comecei a aperceber-me de algumas coisas que não eram muito faladas de forma aberta e esse fascínio e atracção inicial, começaram a transformar-se numa espécie de amor-ódio.
E antes de continuar, deixem-me salientar que não me considero um expert em fotografia de moda. Sou apenas um fotógrafo com alguns anos de experiência, que adora a fotografia de moda como forma de arte e que adora trabalhar com pessoas criativas. Mas quando se é um desconhecido no meio ou quando se está a começar, a coisa é bastante mais complicada. Deixem-me tentar explicar melhor.
Começando pelo princípio… o que é um editorial de moda?
Um editorial de moda é um conjunto de fotografias sobre um determinado tema ou conceito e que, geralmente, serve para contar uma história. A palavra “moda” entra aqui no meio, porque este tema/conceito/história normalmente implica certo tipo de roupa ou uma maquilhagem específica.
Quanto à parte “editorial”, significa que o objectivo dessa sessão é (ou era originalmente), a de publicar essas fotografias em revistas ou jornais. Mas, considerando que estes meios de media têm vindo a perder relevância, hoje em dia, o propósito dos editoriais é igualmente aplicável à publicação em websites, revistas online ou blogs.
Porque é que os faço ou fazia?
Costumava fotografar bastantes editoriais, porque considerava-os como um dos trabalhos mais criativos deste meio. Era o tipo de trabalho onde achava que tinha mais liberdade para criar. E quem me conhece, sabe que é disso que eu gosto: criar! Além disso, trabalhar com equipas de pessoas criativas, era também bastante inspirador e motivador.
Na altura, achava também, que era uma das melhores formas de aprender sobre como dirigir modelos e alguns truques de roupa e maquilhagem. De uma forma geral, a fotografia de editoriais de moda, é algo que acaba por dar uma perspectiva mais geral sobre esta indústria.
O que me desmotivou nos editoriais?
Isto pode surpreender as pessoas que não estão familiarizadas com o funcionamento desta “indústria”, mas uma das coisas que me desmotivou, depois de alguns anos a fotografar editoriais para revistas (impressas, vendidas em banca e online), foi o facto da maioria delas não pagarem às equipas que faziam os editoriais.
Ao início, isto não me surpreendeu. Achei normal, porque estava a começar e a aprender. Mas ao fim de algum tempo, deixou de me fazer sentido. Talvez o meu trabalho não tivesse qualidade suficiente para ser pago, tenho humildade suficiente para admitir essa possibilidade. Mas o que estranhei, foi o facto de algumas revistas me convidarem na mesma. Ou seja, se o meu trabalho não tinha qualidade, porque me convidavam?
Outra coisa que não ajuda, é o facto de que quando és um nome desconhecido no meio ou quando não tens amigos/as influentes, acabas por ter de ser tu próprio a fazer tudo. A menos que tenhas um orçamento para contratar uma equipa, é o fotógrafo que muitas vezes acaba por ter que desenvolver todo o trabalho de pré-produção, desde desenvolver a ideia, arranjar a localização, a contactar e gerir as disponibilidades das pessoas envolvidas, fotografar e depois editar. Ou seja, um editorial minimamente bem feito, pode levar vários dias desde a sua concepção inicial, até estar pronto para ser apresentado a alguma revista. O que significa que durante esses dias, o fotógrafo não está a trabalhar para clientes a sério, não está a procurar novos clientes, não está a agendar reuniões relevantes, não está a descansar, não está a passar tempo com a família, etc.
Desisti de fazer editoriais?
O facto de há umas semanas ter publicado um (espreitem este post), significa que não, não desisti. Mas também, o facto do ano passado ter feito apenas 2 significa algo também... principalmente se tomarmos como comparação o que costumava fazer nos anos anteriores.
Hei-de continuar a fazê-los, sempre que achar que exista uma boa justificação para isso e que é justo para os envolvidos.
Resumindo...
Este post não é suposto ser um role de queixas, nem nada que se pareça. Simplesmente, sinto que este é mais um assunto de que as pessoas ainda não falam abertamente e que quem está por fora do meio, desconhece por completo. Mas mais importante que tudo, gostava que mais pessoas falassem disto porque normalmente, é a debater que se encontram soluções e sendo este o meu “cantinho da internet”, pareceu-me o local indicado para deixar a minha opinião sobre o assunto.
Adorei o último editorial que fiz. Foi fantástico ter novamente uma equipa a trabalhar numa das minhas ideias, cada um a fazer a sua parte para um mesmo objectivo. E quem colaborou nele foi incrível, de tal forma, que era capaz de ir fazer já outro de seguida com esta equipa.
Mas, a experiência ensina-nos umas quantas coisas, sendo uma delas, o não ficar excessivamente entusiasmado com um resultado. O meu lema mantém-se: isto é uma longa maratona e não uma corrida ao sprint.
Continuo a achar que os editoriais de moda são uma óptima forma de explorarmos a nossa criatividade e de expormos a nossa visão e ideias, mas hoje em dia, tenho de dizer que estes editoriais são apenas uma forma de o fazer. Felizmente, existem outras formas de explorarmos essa criatividade, cabendo a cada um procurar a mais adequada para si, sem estar necessariamente preso às regras do mercado editorial 😉
E vocês? Há por aí mais alguém que tenha desenvolvido esta relação de amor-ódio com os editoriais?